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2025 – VIII ENCONTRO ANUAL DA REDE

2025 – VIII ENCONTRO ANUAL DA REDE

Inteligência Artificial e Internet: a governança diante das transformações sociotécnicas

Se tudo o que você vai fazer daqui pra frente é baseado em um banco de dados do que já foi feito, você não tem futuro

Miguel Nicolelis, UOL Tilt

No dia 27 de janeiro de 2025, os valores das ações de grandes empresas estadunidenses associadas ao setor autodenominado Inteligência Artificial (IA) caíram abruptamente1. O motivo, o lançamento ao público do DeepSeek, um chatbot ou assistente digital criado pela startup chinesa de mesmo nome fundada por um investidor em Hangzhou, com custos muito menores do que os investimentos astronômicos registrados pelas big techs e outras corporações dos Estados Unidos (EUA)2. O acontecimento marcou mais um episódio da disputa na área tecnológica entre a China e os EUA, país este que vinha liderando a indústria de software de “IA”, com inúmeras aplicações no mercado, entre elas o ChatGPT. Em meio a esse cenário econômico e geopolítico de ordem global, surgem inúmeras preocupações e demandas pela regulação dessas novas tecnologias.

Em 2024, o AI Act europeu foi aprovado na União Europeia, assim como o PL 2338, foi aprovado pelo senado brasileiro, estando agora em tramitação na câmara. Os segmentos sociais que fazem apelo à necessidade de regulação destacam os impactos da “IA” sobre múltiplas esferas da vida, passando pelo futuro do trabalho e das relações sociais, sem deixar de tocar em questões ambientais, como os custos energéticos e hídricos para o desenvolvimento de IA, e existenciais, como a expressão estética oriunda de máquinas (computadores fazem arte?) e os limites da palavra “inteligência” quando associada a computadores.

Meredith Broussard, em seu livro Artificial Unintelligence (2018)3, adverte para a necessidade de fazer a diferenciação entre IA geral (general AI) e IA estrita (narrow AI), em tradução livre. A IA geral é a que conhecemos da literatura de ficção científica e de filmes de Hollywood, desde o Exterminador do Futuro até o filme Ela e Ex-machina, onde as máquinas têm sentimentos e demonstram agir com consciência própria. Como nos explica a autora, esta IA geral não existe na realidade. Apesar de estar presente no imaginário popular, não há como esse projeto de agentes completamente autônomos ser factível com a ciência atual. Já a IA estrita é a que de fato vemos disponível para uso no mercado, aquelas aplicações criadas a partir da “aprendizagem de máquina,” termo que também carece de explicação. Na aprendizagem de máquina, diferentemente do trabalho de programação mais comum onde a/o/e programador/a/e define a regra a ser seguida pelo algoritmo para a resolução de um determinado problema, o algoritmo busca criar as regras por si mesmo a partir de funções matemáticas e dos dados previamente disponibilizados para processamento4. A IA que conhecemos, portanto, tem sua capacidade limitada por operações numéricas e pelos dados utilizados para a criação de seus modelos, e tem se disseminado rapidamente, como ocorreu com o ChatGPT e o Deepseek. Caso os dados tenham vieses, os resultados também serão enviesados, havendo já casos nos EUA de processos contra empresas cujos modelos de IA fizeram alusão a ações de violência e causaram danos reais a crianças e adolescentes5.  

A internet tem sido, até o momento, a infraestrutura base para a circulação de dados e conhecimentos que alimentam o desenvolvimento desta IA. A compreensão sobre os caminhos possíveis para democratização e descolonização da governança da internet, sob a emergência das indústrias de IA, demanda reflexões e debates sobre como os modos de desenvolvimento e governança dos modelos de inteligência artificial impactam as relações sociais, políticas e econômicas que também atravessam a governança da internet. Propomos um Encontro para discutir as diversas dimensões da governança de IA, exemplificadas abaixo mas não limitadas a estas:

  • O que é ou o que são “inteligências artificiais” e como seus modelos funcionam?
  • Quais as condições ambientais, sociais, políticas e econômicas exigidas pelos modos hegemônicos de desenvolvimento dos modelos atuais de IAs?
  • Quais os limites da datificação de coisas, pessoas e de seres vivos, e as consequências sociotécnicas que o desenvolvimento de IAs pode gerar?  
  • É possível imaginar modelos contra-hegemônicos que sinalizem para uma outra ordem de desenvolvimento de IAs? 
  • Quais as implicações teóricas e de políticas públicas do atual desenvolvimento de IAs?
  • Como esse conjunto de questões, dentre outras possíveis, impacta e é impactada pelas diversas dimensões da Governança da Internet? 

O VIII Encontro da Rede de Pesquisa em Governança da Internet “Inteligência Artificial e Internet: a governança diante das transformações sociotécnicasé este espaço de acolhimento para reflexões e debates acadêmicos sobre este conjunto de questões e se realizará no dia 26 de maio de 2025, no Fiesta Bahia Hotel, em Salvador, no Dia Zero do Fórum da Internet no Brasil.

[1] Ver reportagem Almeida, Emanuele; De Blasi, Bruno (2025). Sucesso do DeepSeek faz ações de empresas de tech caírem; entenda o caso. Canal Tech. 28 de janeiro. https://canaltech.com.br/bolsa-de-valores/sucesso-do-deepseek-faz-acoes-de-empresas-de-tech-cairem-entenda-o-caso/

[2] Ver reportagem G1. DeepSeek: chip mais barato, autocensura, ‘ameaça’ aos EUA…veja perguntas e respostas sobre a IA chinesa. 29 de janeiro. https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2025/01/29/deepseek-chip-mais-barato-autocensura-ameaca-aos-eua-veja-perguntas-e-respostas-sobre-a-ia-chinesa.ghtml

[3] Ver Broussard, Meredith. (2018) Artificial Unintelligence: How Computers Misunderstand the World. MIT Press.

[4] Ver Shane, Janelle. (2019) You Look Like a Thing and I Love You: How Artificial Intelligence Works and Why It’s Making the World a Weirder Place. Voracious.

[5] Ver reportagem da Reuters. 2024. Mãe diz que filho cometeu suicídio após se apegar a personagem criado por IA e processa starup e Google nos EUA. G1. 26 de outubro. https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2024/10/26/mae-diz-que-filho-cometeu-suicidio-apos-se-apegar-a-personagem-criado-por-ia-e-processa-startup-e-google-nos-eua.ghtml; ver reportagem de Gerken, Tom. 2024. Chatbot aconselha jovem de 17 anos a matar os pais por limite a uso de telas. BBC News Brasil. 11 de dezembro. https://www.bbc.com/portuguese/articles/ckg3dk0dw1lo 

1. A quem se dirige essa chamada de trabalhos?

A chamada de trabalhos se dirige a pesquisadoras/es, professoras/es e estudantes das diversas áreas e níveis de escolaridade que investigam objetos e temas da Governança da Internet e IA, que estejam interessadas/os na apresentação dos resultados de suas pesquisas em andamento. As/os as/os participantes terão a oportunidade de ler e apreciar os trabalhos das/dos outras/os participantes do Encontro, num intercâmbio de abordagens, metodologias, referências e experiências.

2. Que tipo de contribuição esperamos receber?

  • Propostas de artigos em andamento, não publicados ou apresentados em outros fórums de discussão;
  • Trabalhos baseados em pesquisa que podem envolver análise de literatura, análise de dados qualitativos e/ou quantitativos;
  • Propostas de novas abordagens teóricas e metodológicas para a pesquisa sobre Governança da Internet e IA;
  • Pesquisas de cunho inter, multi e transdisciplinar sobre Governança da Internet e IA;
  • Medições e dados inéditos sobre  o uso e desenvolvimento da rede em temas concernentes à Governança da Internet e IA.

3. Eixos Temáticos: 

  • Mecanismos, instituições e atores da Governança da Internet
  • Recursos Críticos da Internet
  • Proteção de Dados e Privacidade na rede
  • Infraestruturas da Internet
  • Cultura e Diversidade
  • Economia da Internet
  • Medições de uso e desenvolvimento da Internet
  • Neutralidade da Rede
  • Padrões e protocolos
  • Cibersegurança
  • Jurisdição
  • Propriedade Intelectual e Internet
  • Direitos humanos 
  • Políticas públicas sobre a Internet
  • Liberdade de Expressão na rede
  • Princípios da Governança da Internet
  • Tecnologias emergentes e seus impactos
  • Tecnologias livres e redes autônomas
  • Meio ambiente e tecnologia
  • Tecnologia e geopolítica
  • Desenvolvimento de modelos de “inteligência artificial”

4. Formato do evento:

Em 2025, o encontro da REDE ocorrerá de modo presencial, no dia zero do Fórum da Internet no Brasil (FIB15), que este ano se realizará em Salvador, BA. Após a seleção dos trabalhos, es participantes do Encontro devem se inscrever no FIB para acessar os outros debates do Fórum.

Como nas edições anteriores, o Encontro da REDE 2025 proporcionará a discussão aprofundada e focada no desenvolvimento de trabalhos em andamento, a partir de um resumo expandido que, ao final do processo, resultará em um artigo a ser publicado nos anais do evento.

O evento contará com diferentes painéis,  cada um dedicado ao debate de  três trabalhos agregados conforme afinidade temática ou metodológica. Os trabalhos serão apresentados de forma sucinta pelas autoras/es ao início da sessão, para em seguida serem apreciados e comentados por debatedoras/es qualificadas/es/os além de demais autoras/es e o público presente e remoto. Ao participar do evento, autoras/es se comprometem a ler e a comentar os outros dois trabalhos que serão apresentados em sua sessão.

5. Formato dos Trabalhos

1a etapa – Seleção (proposta)

As/es/os autoras/es deverão submeter propostas de trabalhos em andamento que tenham entre 800 e 1000 palavras (excluídos resumo e referências) e que estejam estruturadas do seguinte modo:

  • Título
  • Resumo (máximo 250 palavras)
  • Palavras-chave (3 a 5)
  • Resumo expandido (é desejável que contenha: introdução, objetivos, métodos, bases teóricas, justificativa, discussão-resultados)
  • Referências bibliográficas

Os trabalhos devem ser formatados no modelo disponibilizado pela REDE a seguir. Utilize o template para submissão. Trabalhos fora do formato não serão considerados

As contribuições submetidas poderão ser escritas em Português, Inglês ou Espanhol, e serão avaliadas por, no mínimo, 02 (dois) pareceristas.

2a etapa – Discussão (trabalhos em andamento)

Os trabalhos em andamento para discussão deverão ter entre 3500 e 4500 palavras (excluídos resumo e referências), e deverão seguir a mesma estrutura e template definidos para a proposta. Tais trabalhos circularão entre debatedoras/es e moderadoras/es antes do evento, com tempo hábil para a elaboração de comentários.

Os trabalhos serão discutidos de modo presencial no dia zero do Fórum da Internet no Brasil. Os debates serão feitos em Português.

3a etapa – Anais (artigo)

Ao participar do Encontro, as/es/os autoras/es se comprometem a enviar seu artigo completo, considerando as discussões e comentários das/es/os debatedoras/es, após aproximadamente 45 dias do evento para publicação nos Anais do Encontro (confira as edições anteriores aqui). O não envio do artigo completo pode implicar na sua não consideração em edições posteriores do evento.

O artigo final deverá conter de 6000 a 7000 palavras e deverá estar de acordo com a norma ABNT para apresentação de trabalhos acadêmicos (ABNT NBR 14724) e para referências bibliográficas (ABNT NBR 6023).

6. Datas importantes

  • 11 de fevereiro a 10 de março 17 de março (prazo prorrogado) – Submissão de resumos estendidos
  • 28 de abril – Resultado dos trabalhos selecionados
  • 02 de maio – Prazo para confirmação da participação
  • 21 de maio – Entrega dos trabalhos em andamento
  • 23 de maio – Circulação dos trabalhos para debatedoras/es e moderadoras/es
  • 26 de maio – VIII Encontro da REDE (REDE 2025)
  • 30 de junho – Entrega do trabalho final para Anais da REDE

7. Local do evento:

Todas as sessões de debate de trabalhos ocorrerão presencialmente no dia zero do Fórum da Internet no Brasil, no Fiesta Bahia Hotel, em Salvador (BA), no dia 26 de maio de 2025.

8. Auxílio financeiro:

A REDE disponibilizará recursos financeiros para viabilizar a participação da maior quantidade possível de autoras/es no encontro presencial. Detalhes sobre os auxílios-viagem serão divulgados em momento oportuno.

PARA SUBMETER O SEU RESUMO ESTENDIDO, ACESSE AQUI.

Apoio:

Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)

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